Ensinar sobre a prevenção contra a Covid-19 no lar reduz a contaminação nas escolas, pois tornamos os alunos mais responsáveis por si e pelos outros
Vivemos em um momento complexo de insegurança, incertezas e dúvidas, mas sabemos que é preciso manter todas as pessoas alinhadas sobre os cuidados a serem tomados para evitarmos a disseminação da Covid-19.
A pandemia ainda não acabou, mas os serviços presenciais têm voltado aos poucos, assim como as aulas, ainda na desconfiança sobre se a retomada já é segura, ou não. O fato é que, economicamente, recomeçar é preciso, e para que isso aconteça com mais tranquilidade, todos os envolvidos na comunidade escolar precisam fazer a sua parte.
Portanto, é fundamental educar os alunos em casa sobre as medidas preventivas contra a atenuação da doença para que em outros ambientes, como no escolar, possam seguir as etiquetas à risca.
Gestores escolares e especialistas opinam
Segundo o empresário e diretor da Maple Bear da unidade de Santo André (SP), Felipe Cascardi, é preciso que exista a educação doméstica sobre os métodos de prevenção. “O aluno passa, apenas, cerca de 20 a 30% do dia na escola. Sendo assim, os estudantes, e todas as pessoas com quem eles convivem, devem seguir o mesmo padrão de prevenção aplicado no ambiente escolar”, declara.
Ainda, Matheus Natal, biomédico, especialista em Virologia e Epidemiologia pelo Hospital Sírio-Libanês de São Paulos e USP (Universidade de São Paulo), corrobora que o começo de tudo é na residência dos alunos.
“Muitos procedimentos devem ser essenciais para qualquer ao sair de casa, como o uso correto de máscaras e a lavagem de mãos. Além de tomar banho e lavar as roupas ao chegar em casa”, alerta.
“Temos que ensinar todos esses procedimentos aos nossos filhos para que se mantenham seguros, acima de tudo. Isso precisa se tornar um hábito, já que medidas coletivas podem diminuir, e em alguns casos até erradicar, infecções adquiridas no ambiente”, afirma o biomédico.
Paciência e empatia para educar
Contudo, ainda há crianças e adolescentes que têm dificuldade em assimilar o uso contínuo das etiquetas básicas no dia a dia fora de casa, assim, evitando a proliferação da Covid-19.
Com isso, é preciso muita paciência, amor e empatia para ensinar aos filhos a importância de cuidar de si e dos outros.
Mas, para Felipe, o padrão repetitivo é importante. “A repetição das etiquetas faz as pessoas lembrarem e cumprirem de forma automática, como no uso das máscaras faciais”, comenta.
Já Matheus indica ações recreativas que auxiliam no ensinamento. “Para passar essas informações sempre utilize métodos lúdicos, como brincadeiras ou músicas, já que elas não têm como entender o perigo da situação. A contenção da doença sempre começa com o conhecimento sobre a mesma”, orienta o biomédico.
Um por todos e todos por um
No final, a comunidade escolar deve ter preocupações e cuidados conjuntos, sabendo que esta responsabilidade é de todos, impedindo o aumento da contaminação dentro das instituições.
“A parceria entre escola e família é imprescindível para que qualquer ação alcance o sucesso. Com a prevenção e controle das doenças transmissíveis, não é diferente”, conta Cascardi.
“É preciso se policiar com relação aos sintomas, se mantendo em isolamento, caso manifeste qualquer tipo de sintoma atípico”, finaliza o virologista Matheus Natal.
Por fim, com a possibilidade do ensino híbrido, que aproxima ainda mais toda a comunidade escolar, as instituições podem contribuir para que os pais eduquem seus filhos da melhor maneira fazendo com que as medidas de segurança e higiene sejam seguidas.