Os professores são peças fundamentais na educação dos alunos. São eles que disseminam o conhecimento e passam boa parte do dia com os nossos filhos.
No entanto, temos vivido, nos últimos anos, um alto índice de desrespeito com os professores, que andam sofrendo agressões físicas e verbais. E isso, nada mais é do que o reflexo do próprio sistema que envolve o próprio profissional, bem como as escolas, os pais e os alunos.
“Quando falamos de valorização, a primeira coisa que vem à mente é a parte monetária, o dinheiro. Mas valorizar vai muito além disso, principalmente dentro de uma sala de aula. Décadas atrás, ser professor era algo bacana, pois representava aquele que tinha, e continua tendo, um papel fundamental na sociedade. Porém, com o passar dos anos, o prestígio foi sendo perdido, virou um simples funcionário da sociedade”, comenta a pedagoga Thais Velasque.
Para a especialista, a quebra deste paradigma é o primeiro passo para que mudemos o rumo da educação no País.
“A qualidade da educação começou a ser indagada, daí a importância de retomar esse prestígio para todos esses educadores, formadores de cidadãos. Afinal, um professor que se sinta valorizado carregará isso com ele e espalhará tal valor por meio da sua conduta educacional”, afirma.
Contudo, Thais não tira a importância da questão financeira, uma vez que é por este meio que o educador se tornará ainda mais capacitado.
“O salário continua, sim, tendo uma importância, pois receber bem por um trabalho de qualidade é o que qualquer profissional deseja, ainda mais em uma profissão que exige formação continuada, gastos com materiais, palestras, livros, visto que a educação jamais será um assunto finito, está sempre em turbilhão de evolução e um bom professor tenta acompanhar todo esse caminho”, diz.
A pedagoga complementa, ainda, que este processo de reconhecimento reverbera diretamente na conduta do profissional.
“Quando somos valorizados, o trabalho flui de forma mais natural. Se você é feliz, o seu trabalho refletirá isso e as condições de trabalho influenciam muito”.
Em todos os momentos é preciso que pais e professores troquem informações e conhecimento e conversem de maneira igualitária para que a escola e o professor não virem os carrascos da infância, como diz a pedagoga.
“Quando esses personagens se respeitam e têm noções do papel de cada um, facilita o desenvolvimento do aluno e, consequentemente, o trabalho do professor e a satisfação dos pais. Atualmente, é rotineiro ver pais que cobram dos professores coisas que devem ser ensinadas em casa, como bons modos, respeito ao próximo, noções de higiene, entre outros aspectos mais particulares. Do mesmo modo, é de extrema importância que as famílias saibam discernir o que é papel da escola e o que não é. Uma coisa é reforçar esses conceitos e laços sociais, outra é deixar tudo isso como obrigação do professor”, orienta.
Thais cita, ainda, o papel da escola no processo e no ciclo educacional, como a base para que o educador tenha estrutura, tanto física, como emocional, para desempenhar melhor o seu trabalho.
“Para conquistar essa valorização, a instituição educacional precisa ter claro em sua postura que o sucesso de um depende da parceria de todos. É muito importante que se tenha boas condições físicas, estruturais, salas de aulas bem equipadas, arejadas, iluminadas, com materiais necessários, equipe de apoio pedagógico, facilitadores de uma aula sem acidentes e imprevistos. Ter rotina escolar e planejamento é fundamental”, reitera a especialista.
“Não existe ‘receita de bolo’ para uma educação de sucesso, mas com todos esses pontos em equilíbrio, a chance de dar certo é potencializada”, finaliza.
E você, porque não começar desde já a fazer parte deste ciclo de valorização para que todos juntos ganhem em qualidade educacional?