Segundo a CEO da SchoolAdvisor, “não existe a escola perfeita, mas tem a escola ideal para cada perfil de família”, por isso ela dá valiosa dicas
O ano de 2022 está chegando e com ele a preocupação dos pais quanto à escola de seus filhos. E após um período ainda conturbado por conta da pandemia, seja por problemas financeiros, ou mesmo por adaptação, muitos estudantes trocarão de instituição. Assim como muitas outras crianças iniciarão seus estudos.
Para auxiliar neste processo, conversamos com Viviane Massaini, mãe, cofundadora e CEO da SchoolAdvisor, solução multicanal de busca e recomendação de escolas particulares em todo o Brasil.
Quais critérios levar em consideração?
Viviane disse que é preciso saber, antes de mais nada, qual é o objetivo com a seleção da escola e recomenda o que avaliar quando for conhecer a instituição.
“Acreditamos que não existe a escola perfeita, mas que tem a escola ideal para cada perfil de família. Por isso, a família deve refletir quais são suas prioridades: o foco é aprovação no vestibular? O bilinguismo é importante? Buscam uma formação mais tradicional ou aceitam escolas com metodologias alternativas? A proximidade de casa é relevante? Além disso, alguns critérios são fundamentais ao visitar uma escola, como infraestrutura, corpo docente, metodologia pedagógica, sistema de ensino e material didático”, orienta.
Escola perto de casa ou do trabalho: qual é o ideal?
Segundo a CEO, a proximidade depende da realidade de cada família.
“Quanto menor a criança, menos paciência ela terá para passar longos períodos dentro do carro. Por isso, caso a família precise enfrentar longos congestionamentos para chegar à escola perto do trabalho, é melhor a criança estudar perto de casa”, comenta Viviane.
Contudo, ela ressalta o outro lado da moeda, caso o filho estude longe do trabalho.
“Emergências podem acontecer, como uma febre, e uma longa distância entre o trabalho e a escola pode atrapalhar, e muito, a dinâmica da família”.
E ela ainda coloca na mesa outra realidade, quando os filhos são maiores e possuem mais autonomia.
“Isso significa que poderão ir de ônibus, a pé ou de bicicleta, por exemplo, com isso a família deve refletir se a distância e as facilidades de transporte permitem esse deslocamento com tranquilidade”, aconselha a especialista.
A fundamental avaliação dos professores
Viviane Massaini alerta que avaliar o corpo docente é fundamental na escolha de uma escola, afinal ele é o vínculo principal dos estudantes com a escola.
“O professor é quem vai contribuir diretamente para o aprendizado e promove o interesse dos alunos pelos conteúdos, criando vínculos emocionais e observando suas dificuldades. Ou seja, o educador tem um papel fundamental na formação dos estudantes”, sinaliza.
Ela ainda reforça a importância de os pais avaliarem se a formação do professor é adequada com relação às disciplinas e aos níveis de ensino que ele ministra, a frequência dos cursos de atualização das práticas didáticas e se ele atende a quantidade correta de alunos por turma e de grupos.
“Outro ponto importante é a rotatividade, ou seja, mudanças de profissionais do corpo docente. Imagine que seu filho ama o professor, eles criaram um vínculo incrível e você se sente 100% confiante na decisão que tomou. No entanto, no meio do ano letivo, o professor decide deixar a escola porque está insatisfeito com suas condições de trabalho. É claro que seu filho, assim como toda a turma, vai sentir o impacto dessa mudança. A construção do vínculo, a continuidade do conteúdo, a forma de trabalho, os combinados, tudo isso vai sofrer algumas adaptações para se adequar ao novo educador”, demonstra Viviane.
A rotatividade é normal nas escolas e, inclusive, se for por conta de alterações na proposta pedagógica, pode não ser negativa. Mas a CEO da SchoolAdvisor faz uma precaução.
“Se a instituição de ensino não está conseguindo reter sua equipe por fatores motivacionais, pode ser um sinal de alerta. Busque saber como a escola motiva e remunera seus professores, se oferece formação continuada e boas condições de trabalho”, expõe.
Certificando a estrutura e capacitação da escola
Massaini comenta que os pais precisam saber sobre as questões legais.
“Primeiro, é necessário observar se a escola segue as legislações vigentes e se está regulamentada nos órgãos responsáveis. No Brasil, os estados e municípios possuem legislações próprias para regular o funcionamento das escolas. As secretarias estaduais são responsáveis pelas instituições de ensino que oferecem Ensino Fundamental e Médio. Já as secretarias municipais regulamentam as escolas que oferecem Educação Infantil. Caso a escola ofereça Educação Infantil e, também o Fundamental, a regulamentação é estadual”, ensina.
Porém, a executiva relaciona quais são os parâmetros comuns.
“Todas elas devem cumprir alguns requisitos básicos que são o credenciamento escolar pela Secretaria de Educação do estado ou do município onde está localizada; o alvará de funcionamento atestando a viabilidade da estrutura física; o projeto político pedagógico, documento que norteia as ações da escola e determina, em linhas gerais, quais os grandes objetivos da escola, quais competências serão desenvolvidas e como pretende fazer isso; e o regimento escolar, conjunto de regras que define a organização administrativa, pedagógica e disciplinar da escola, bem como seus objetivos, seu sistema de ensino e a forma como é colocado em prática”, finaliza.