Para pensarmos no futuro da nossa educação, precisamos começar pelo básico, e a alfabetização pode ser o primeiro passo para isso.
No último sábado, 8 de setembro, foi comemorado o Dia Mundial da Alfabetização, data da qual o Brasil não tem muito o que festejar, afinal, conforme os dados do Mapa do Analfabetismo do Brasil, produzido pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), estamos entre os 10 países mais desiguais do mundo, com 12 milhões de analfabetos, sendo que mais de 50% da população entre 25 e 64 anos não concluiu o Ensino Médio; dois milhões de crianças e jovens, entre 4 e 17, que não estão na escola; e, ainda, quase sete milhões de crianças até três anos não têm vagas nas creches.
Pesquisa realizada pela ONU (Organização das Nações Unidas) revela que o Brasil ocupa o 8º lugar mundial quando falamos em adultos analfabetos.
Luciana Allan, diretora do Instituto Crescer, que implementa projetos voltados para a formação de educadores, qualificação profissional e desenvolvimento comunitário, escreveu artigo para a Exame.com, Como alcançar uma educação pública de qualidade, que mostra como o Brasil pode modificar este quadro. Mesmo tendo como foco as escolas públicas, as indicações da especialista servem para toda e qualquer instituição escolar do País.
A diretora disse que a participação de todos é fundamental para que o processo de mudança seja real e efetivo.
Luciana mencionou que planejar os objetivos para o setor colaboram com com o sistema como um todo.
“O primeiro passo, para avançarmos neste sentido, é contar com diretrizes educacionais claras, guiadas por um planejamento estratégico com metas para curto, médio e longo prazo, além de promover a avaliação periódica de resultados. Paralelamente, é preciso consolidar uma rede de relacionamentos que, por meio da colaboração, descubra novos caminhos para a educação. Isso significa envolver nessa teia todas as partes envolvidas da educação”.
Por fim, a especialista escreveu sobre os dez pontos necessários para uma educação de maior qualidade no Brasil, dois quais destacamos três.
“Gestores escolares que saibam olhar atentamente para todas as dimensões relacionadas à rotina da gestão de uma escola e se relacionem bem com toda a comunidade, para, assim, tomar as melhores decisões; educadores atualizados que, bem formados e motivados, consigam engajar os alunos em processos de aprendizagem significativa; e pais e familiares envolvidos, que prezem por um ambiente familiar sadio, demonstrem interesse e acompanhem a vida das crianças e adolescentes sob sua responsabilidade”, finaliza Luciana.