A metodologia ajuda a aprimorar competências e habilidades essenciais como raciocínio lógico, resolução de problemas, concentração e criatividade
Na escola, a robótica mescla materiais não estruturados, como sucatas, e kits de montagem, programados e controlados por placas, que permitem o funcionamento dos equipamentos.
Muito mais do que construir um robô, com esta metodologia, acima de tudo, os alunos desenvolvem o raciocínio lógico, a criatividade, o protagonismo e o trabalho em equipe.
Então, neste processo, eles utilizam a tecnologia com planejamento e sabedoria, que auxilia na concentração e foco nos resultados.
“Ela é uma excelente aliada nestes quesitos, agregando inúmeras áreas do conhecimento como ciências, matemática, engenharia e artes fazendo com que o aluno seja protagonista no seu processo de aprendizagem”, afirma Evandro Kafka, founder e CEO do Clube da Robótica, um espaço dedicado para os processos de fabricação digital.
O mais importante a saber é que esta aprendizagem faz parte do conceito chamado Educação Maker, que transforma os espaços de ensino em locais para a experimentação, criatividade e prática do conhecimento.
Teroria
Educação Maker, que vem do inglês fazer, é um modo de aprendizagem composto pela experimentação, no qual o aluno é o protagonista de sua aprendizagem.
Muitos teóricos de ensino-aprendizagem do cognitivismo defendem o ensino pelo método “mão na massa”. Piaget defende que a experiência como um dos estágios necessários para construir conhecimentos”, comenta Evandro.
No entanto, Papert diz que é necessário passar por desafios não estabelecidos para que o sujeito crie sua aprendizagem a partir de suas habilidades. Já Paulo Freire defende que a experimentação deve despertar a curiosidade do aluno.
“Consequentemente, a Educação Maker garante a criatividade, raciocínio lógico para resolução de problemas reais, proatividade, curiosidade e, com a robótica, aprender uma nova linguagem”, afirma Evandro.
Benefícios
Certamente, a robótica também pode ser fonte de engajamento dos estudantes em busca de uma profissão, já que o setor, então, é considerado o futuro.
Além disso, já está presente em diversos segmentos no mundo, sendo um dos principais fatores de alta produtividade e baixo desemprego.
Para se ter ideia, a Coréia do Sul que possui o maior número de robôs por trabalhadores, tem um dos menores índices de desemprego mundial e a quantidade de trabalhadores braçais são quase inexisstentes. Com isso, os empregos gerados são de alta qualidade e grande valor agregado.
Kafka, no entanto, mostra que esta nova realidade pode se tornar a vertente profissional dos alunos.
“A robótica no ambiente escolar é a porta de entrada para as crianças deixarem de serem somente consumidoras e passem também a produzir a tecnologia tanto presente no seu dia a dia. Ao desenvolver seus primeiros códigos e protótipos acabam se ambientando e criando soluções com a robótica. Tudo isso desperta a curiosidade, sendo, muitas vezes, o start para a criança estar mais ligada a essa área no seu futuro”, complementa.
Futuro profissional
Edouard Mekahalian, diretor geral da KUKA Roboter do Brasil, uma das maiores fabricantes de robôs do mundo, diz que a robótica escolar e industrial possuem certa relação.
“A robótica que se ensina no ambiente escolar trata mais sobre a conceituação da robótica, como ela surgiu e as características do que algum equipamento robótico. Desta forma, um conjunto de informações para o aluno entender o que é a robótica em termos gerais. Algumas escolas têm equipamentos em laboratório, que permite que o aluno tenha, além do conhecimento, a prática. Portanto, as escolas que unem estas duas coisas permitem que os estudantes saiam da instituição de ensino com fundamentos bem avançados, assim sendo, eles podem fazer uso deste conhecimento em ambiente profissional”, finaliza o executivo.