A Musicoterapia utiliza a música e seus elementos, como ritmo, harmonia, melodia e, até mesmo, o silêncio, para auxiliar a aprendizagem, relação, expressão, além de outros objetivos terapêuticos.
No livro Teoria Da Musicoterapia, o Prof. Dr. Rolando Benenzon, reconhecido mundialmente como um dos precursores do método, diz que
“a Musicoterapia é o campo da medicina que estuda o complexo som – ser humano – som, para utilizar o movimento, o som e a música com o objetivo de abrir canais de comunicação no ser humano, para produzir efeitos terapêuticos, psicoprofiláticos e de reabilitação no mesmo e na sociedade” (sic).
Segundo a musicoterapeuta Juliana Baltazar, a ferramenta é positiva para os alunos por diversos aspectos.
“Antes de falar sobre a música como algo benéfico para o desempenho escolar, é importante esclarecer que a Musicoterapia é utilizada em diversos ambientes, com variadas finalidades”, afirma.
No estudo “Contribuições da musicoterapia para a educação e a saúde de jovens no Brasil”, Graziela Carla Trindade Mayer, graduada em Musicoterapia pelas Faculdades EST; Jose Roque Junges, graduado em Filosofia; e Rosangela Barbiani, formada em Serviço Social, ambos pela PUC do Rio Grande do Sul, mostraram como a terapia pode influenciar na vida educacional de adolescentes.
Com a participação de 12 jovens, entre 13 e 18 anos de idade, de uma escola na cidade de São Leopoldo (RS), os profissionais puderam observar que a música, pela musicoterapia e pela saúde coletiva, foi para eles um potente instrumento de expressão e produção de práticas.
Juliana ressalta que o processo musicoterapêutico vai muito além de apenas realizar um trabalho com musicalidade.
“Por si só, a música já é capaz de ajudar nos estudos. Muitos alunos mencionam o quanto a concentração pode melhorar apenas por ouvir alguma canção. Mas vale destacar que cada estudante deve receber atendimento único, baseado em suas necessidades individuais. Para alguns, a obra erudita é um grande apoio para estudar, já para outros, este estilo não desempenha tão bem a função”, afirma.
Para entender como esta ciência funciona no processo educativo, a especialista exemplificou.
“Ela atuará conforme as necessidades apresentadas pelo aluno. Pode ser que ele tenha falta de concentração, dificuldades em memorizar, problemas para se expressar em sala de aula, falta de organização, ansiedade, entre outras queixas e, com isso, o musicoterapeuta irá desenvolver um atendimento com técnicas que irão trabalhar a respiração e exercícios vocais, por exemplo, que vão contribuir para a melhoria destes problemas. Mas isso não é uma receita pronta, cada caso é único e ressalto que deve ser acompanhado por um musicoterapeuta qualificado”, explica.
E quem pensa que a inserção da musicoterapia na escola é um processo complicado, se engana. Juliana esclarece que pequenas ações são suficientes para agregar a música como aliada à educação.
“Por meio de brincadeiras com músicas é possível estimular a socialização em sala de aula. Incluir cantigas de roda no contexto educacional serve como um recurso de intervenção pedagógica que auxilia em um melhor aproveitamento do conteúdo escolar. A instituição pode inserir o aluno em experiências distintas, com variadas formas de linguagens, incentivando a livre expressão com gestos, danças, mímicas e audições musicais, bem como a exploração de instrumentos com timbres e texturas diversas”, indica.
Por fim, a especialista orienta que neste sistema a participação efetiva dos pais é fundamental.
“É preciso que eles criem oportunidades para que os filhos entrem em contato com outras crianças e culturas diferentes, brinquem, ouçam música e tenham liberdade para se expressar. As crianças precisam conviver com diferentes manifestações culturais para que, assim, tenham experiências diversificadas. Com isso, de forma progressiva, irão ampliar e enriquecer seu vocabulário, recursos de expressão e compreensão do mundo”, finaliza.
E você já pensou em incluir a musicalização na rotina diária do seu filho para que ele se desenvolva cada vez mais?